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PERFIL SÓCIO-CULTURAL

Dados extraídos do Censo do IBGE de 2010.



































Observações sobre o Censo quando a migração no município de Serrana/SP

A Associação Olhos D'Água - OSCIP, organização não governamental de interesse público e sem fins lucrativos, da qual atualmente sou Diretor Presidente, desde 2004 empreende ações educativas ecológicas e sócio-culturais no município, atuando em escolas municipais (link MCTV) e junto ao público, em locais de grande afluxo de pessoas.  DE 2010 a 2013 foi proponente e responsável pelo projeto que resultou no PONTO DE CULTURA CEQUISABI, do qual fui autor, gestor e produtor, realizando diversas atividades, dentre as quais quero ressaltar aqui, as de um outro projeto integrado a este, o ROCKORDEL, que teve como carro chefe as intervenções teatrais realizadas na rua Vicente de Paula Lima, local onde ocorre a feira livre aos domingos, além de um festival de teatro e música, também realizado na rua, em meio ao público da feira. Foi um trabalho de grande aprendizado para nós, para o público que presenciou as apresentações e os participantes do evento. 

Em 2009, fazendo levantamentos para elaborar o PROJETO CEQUISABI, constatamos através de dados obtidos através da Secretaria de Assistência Social de Serrana, que cerca de 72% da população do município era constituído de migrantes, oriundos das regiões norte, nordeste e centro-oeste do país, que vieram para cá, ou foram trazidos, para o trabalho na lavoura e industrialização da cana-de-açucar, em duas usinas deste setor situadas nos arredores da cidade. Este afluxo se constata acima através das tabelas que elaboramos.

Houve uma "explosão demográfica" no município que fatalmente acarretou inúmeros problemas sociais, quando a arrecadação de impostos do município passou a ser muito inferior a demanda por serviços públicos. Ao lado disto os governos municipais não souberam, puderam ou quiseram realizar campanhas, que pudessem INTEGRAR os novos habitantes à vida da cidade.

Concomitantemente ocorreu um "choque cultural" entre os nativos do município, sua cultura típica "caipira" e a cultura muito diversa trazida pelos migrantes das diversas regiões do país, principalmente a nordestina.


Este choque cultural provocou uma divisão e segregação social e que se refletiu principalmente no aspecto econômico, o que consequentemente provocou uma desaceleração do desenvolvimento neste segmento, bem como no social, político e o cultural. 

O choque provocou um "silêncio cultural", por que obviamente não existe uma "linguagem" que converse com o SERRANENSE como um todo. Em decorrência outros serviços ou atividades definharam igualmente com esta falta de diálogo. Tome-se como exemplo os dois clubes da cidade, que até por volta de 1985 ocupavam suas dependências com grande número de atividades e alta frequência de público. Havia até um torneio de esportes, que mais parecia uma mini olimpíada na cidade. Hoje um deles fechou e outro está em precárias condições.

O drama desta segregação social que relatada acima foi vivenciada por nós que realizamos as intervenções artísticas na feira, conversando com o público que circulava pelo local, fazendo pesquisas de opinião sobre o evento. A primeira pergunta que se fazia a pessoa, depois do nome, era: “De onde você é” e a resposta invariavelmente era: “Daqui!”. Observando o sujeito, sua pele mais queimada, seus traços e seu sotaque carregado, refazíamos a pergunta: “Mas nasceu aqui?” – Resposta – “Sim”. Então tínhamos que coloca-lo em cheque, com a pergunta jocosa: “Mas quer me enganar!!! Com este sotaque você não nasceu aqui!” Então vinha a verdade – estados do centro-oeste, norte e nordeste.

Constatava-se o que já sabíamos, um sentimento de rejeição, uma forte retração quanto assumir a natalidade e a cultura correspondente.

Finalizando! Como o Censo é elaborado a partir de informações obtidas com o questionamento dos recenseados e não por observação direta ou documental, existe a possibilidade de que os levantamentos feitos, omitam a realidade sobre a migração efetiva sofrida pelo município. Por este motivo fiz a última das tabelas acima, onde pode se observar que o crescimento populacional “normal” da cidade, quando não há o afetamento por questões econômicas ou políticas, é de cerca de 1,25% ao ano, pelo menos é o que se pode concluir observando a tabela anterior Estatísticas do Registro Civil 2011. Corroborando com estes dados, segundo o único Cartório de Registro Cível do município, foram registradas 590 crianças em 2012.

Serrana. Domingo, 22 de outubro de 2016.
Wagner Nogueira
MTB 0070585/SP





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